Sistema pegue e leve

Secretário reforça mudança no Restaurante Popular em julho, mas não garante estrutura emergencial para dias de chuva e frio

Secretário reforça mudança no Restaurante Popular em julho, mas não garante estrutura emergencial para dias de chuva e frio

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Desde 2020, o Restaurante Popular de Santa Maria atua no sistema pegue e leve de marmitas, sem a população poder realizar as refeições dentro do local. As marmitas começaram a serem distribuídas por causa das exigências impostas pela pandemia de Covid-19. Após o fim da emergência de saúde pública, o Restaurante Popular continuou com a distribuição e pessoas em situação de vulnerabilidade social precisam almoçar na rua, mesmo com o frio e chuva dos últimos dias. O presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), Juarez Felisberto, afirma que o órgão está em diálogo, há algum tempo, com a Secretaria de Desenvolvimento Social, pela reabertura do local. O secretário adjunto da pasta, Leonardo Kortz, comenta que desde abril estão sendo realizadas reuniões para discutir sobre qual a melhor maneira de voltar a oferecer almoços no espaço interno. 

Desde maio de 2022, o Restaurante Popular é de responsabilidade da empresa comandada por Ana Amélia de Freitas Saccol, que venceu o processo licitatório com um valor de mais de R$ 1 milhão por 12 meses, prorrogável por mais 60 meses. 

Posição do Comsea

Neste ano, em 10 de abril, o Conselho realizou uma reunião extraordinária para dialogar sobre a necessidade da volta de refeições presenciais do Restaurante Popular. Na data, foi conversado sobre a empresa responsável receber o prazo de 30 dias para voltar ao serviço antigo. Em outro encontro, no dia 5 de maio, foi constatado pelos responsáveis que o prazo estabelecido não seria o suficiente para a adequação. Então, na ocasião, conforme Felisberto, foi estipulado o prazo de 3 de julho para a reabertura

Durante a última reunião, o representante da Secretaria de Desenvolvimento Social relatou sobre a pesquisa realizada com a população que frequenta o restaurante, a qual, segundo ele, mostra que 80% dos usuários gostariam que fosse mantido o sistema pegue e leve.

– Foi colocado que existe uma pesquisa, mas é uma enquete com algumas pessoas da fila falando que uma grande parte gostaria de continuar dessa forma. Mas, para nós, não tem validade. Porque não é uma pesquisa, é apenas uma enquete – relata Felisberto.

O presidente do Comsea reforça que a posição deles é para a reabertura. A ideia da empresa é retornar primeiro com o modelo híbrido, quem quiser comer no espaço pode, mas quem quiser pode levar o marmitex. 

– Nós queremos, enquanto Conselho, um prazo final para voltar ao presencial. Porém, voltar a ser aberto e atender as pessoas exclusivamente no local. Por isso, confiamos na Secretaria de Desenvolvimento Social para fazer esse processo – reforça o presidente do Comsea. 

Além disso, a questão de não ter disponibilidade de talheres nesse sistema de marmitas e com a chegada do frio, reforça ainda mais a necessidade da reabertura do restaurante, explica Felisberto.  

Visita ao local 

Em 9 de junho, representantes do Conselho realizaram uma visita ao Restaurante Popular para averiguar a situação. No relatório foi apontado que no primeiro andar as cubas com pias para a higienização de mãos estavam interditadas. Os representantes conversaram com o responsável pelo restaurante e questionaram sobre a situação:

  • Segundo o relatório da visita do Comsea, o representante do restaurante coloca que o atendimento presencial reduziria as vendas, pois muitas pessoas levam duas marmitas. Assim, sobrariam alimentos
  • Se voltar, teria a necessidade de contratação de três funcionários, pelo menos
  • Não tem talheres e pratos suficientes 
  • Além do reajuste do valor atual 

Posição da Secretaria de Desenvolvimento Social 

O secretário adjunto da pasta, Leonardo Kortz, reforçou que estão trabalhando ao lado do Conselho para o retorno presencial. O primeiro prazo estipulado não seria possível de execução pela empresa responsável, por isso está determinado para o dia 3 de julho voltar ao sistema híbrido. 

– Na primeira quinzena de julho vamos fazer um teste e oportunizar para quem quiser comer lá dentro e quem quiser levar. Durante todo mês, vamos avaliar. De qualquer forma, o lugar foi criado para as pessoas comerem lá dentro. E isso vai voltar a ocorrer. Mas todas as discussões junto ao Conselho. Foi investimento, mais de R$ 1,2 milhão por ano e são 15 mil refeições servidas (ao mês), então temos que ocupar aquele local, pela origem que ele foi criado. Porque o que queremos é além de garantir uma segurança alimentar, é uma condição digna para aqueles que ocupam o restaurante – informa Kortz.

Questionado sobre a possibilidade de medidas provisórias (como tendas e lonas) para dias de chuva e frio intenso, até o dia 3 de julho, para que as pessoas não precisem fazer as refeições na rua, o secretário confirma que nada está previsto, mas reforçou a data de 3 de julho para o retorno híbrido. 

– Ano passado, quais medidas tiveram? No ano retrasado, quais as medidas que tiveram? Não tiveram pauta neste assunto. Por que ter pauta neste assunto, neste ano? A gente fica meio surpreso, a gente vai seguir o planejamento junto com o Conselho. E dizer que nos causa muita estranheza o fato de não ter nenhum questionamento a respeito disso antes. Ano passado, se houvesse essa pauta, a gente poderia ter colocado tendas, uma lona, ter organizado alguma coisa, o que não me parece o caso. Mas sabemos que estamos à disposição e vamos voltar à modalidade presencial – diz Kortz.

Em relação aos sanitários e aos talheres, o secretário afirma que os banheiros estão 100% aptos para serem utilizados e que existem talheres suficientes para o atendimento presencial. 


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